Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 135-1 | ||||
Resumo:Fungos filamentosos apresentam capacidade de sintetizar amilases, a qual atua na hidrólise do amido, polissacarídeo complexo composto pela combinação de dois polímeros: amilose e amilopectina. A degradação enzimática desse homopolissacarídeo ocorre por meio da hidrólise das ligações O-glicosídicas do amido, convertendo-o em moléculas de menor tamanho, denominada de oligossacarídeos, e glicose. A presença de amilases produzidas pelos fungos filamentosos desempenha um papel significativo tanto na natureza quanto em diversas aplicações industriais, incluindo processos de fermentação, produção de alimentos, indústria têxtil, biocombustível, entre outras. Para avaliar a capacidade de produção qualitativa de amilases pelos fungos filamentosos, utiliza-se a solução de Lugol, uma combinação de iodeto de potássio e iodo elementar dissolvidos em água destilada. Essa solução reage com o amido, formando um complexo de coloração característica. Portanto, quando a solução de Lugol é adicionada ao meio de cultura contendo colônias de fungos filamentosos, o iodo presente na solução reage com as moléculas de amido, resultando em uma coloração azul a violeta intensa. No caso dos fungos filamentosos produtores de amilases, essas enzimas promovem a degradação do amido presente no meio de cultura, gerando unidades menores que não reagem com o iodo. Dessa forma, ao aplicar a solução de Lugol, observa-se uma área clara ao redor das colônias, indicando a ausência de amido devido à ação da amilase. Essa técnica de revelação tem sido amplamente utilizada como uma abordagem simples, porém eficaz, para identificar fungos filamentosos com potencial para produção de amilases. Esse trabalho objetivou analisar a produção qualitativa de amilases produzidas por quatro fungos filamentosos do gênero Aspergillus sp. (CD61, CD62A, PD24, LD22) isolados no norte de Minas Gerais, mantidos no banco de fungos do Laboratório de Micologia, Enzimologia e Desenvolvimento de Produtos (LMEDP) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri campus JK (UFVJM), Diamantina, Minas Gerais, Brasil. Os fungos filamentosos foram incubados por quatro dias, a 30°C, em meio de cultura sólido Batata-Dextrose-Ágar Ion cult® contidos em placas de Petri. Decorrido o tempo de incubação, foram inseridos 5 mL da solução de Lugol em cada placa de Petri, sendo mantido por dez minutos para assegurar a consistência dos resultados. Em seguida, retirada a solução e observada a formação do halo enzimático, quantificado com paquímetro em centímetros, e determinado o raio do micélio do microrganismo também em centímetros. Os resultados demonstraram diferentes níveis de excreção de amilases, indicando distintas capacidades de produção entre os fungos filamentosos avaliados. O fungo Aspergillus sp. CD61 teve 2,0 cm de raio micelial e um halo amilolítico de, aproximadamente, 0,3 cm, enquanto o fungo CD62A teve um crescimento próximo, com 1,75 cm de raio micelial, entretanto com um halo enzimático de 0,9 cm, valor esse muito superior quando comparado a todos os microrganismos analisados. Assim como, pode-se observar que o PD24 e LD22 tiveram um crescimento favorável com 2,75 e 2,5 cm de raio micelial, respectivamente, mas com 0 e 0,2 cm de halo enzimático. Assim, a técnica de revelação de fungos filamentosos com solução de Lugol desempenhou um papel relevante na seleção de linhagens promissoras para estudos e aplicações biotecnológicas futuras, especialmente na produção em larga escala de amilases. Palavras-chave: BIODIVERSIDADE, ENZIMAS , MICOLOGIA, MORFOLOGIA, MICROBIOLOGIA Agência de fomento:UFVJM, ICT, CNPq, CAPES, FAPEMIG. |